Com novas regras, quem mora em apartamentos também poderá receber créditos na conta de luz ao instalar painéis solares.
Uma alteração nas regras de mini e microgeração de energia elétrica deverá dobrar o tamanho do mercado de energia solar no Brasil neste ano. A nova regra, que entra em vigor em Março, cria novos modelos de negócios para o consumidor instalar painéis solares em casas ou terrenos e gerar energia limpa e barata – e ser recompensado por isso.
O Brasil demorou para perceber o potencial que a energia solar pode ter no país. Foi só no final de 2012 que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a geração distribuída. Na prática, você instala um painel solar na sua casa ou escritório e liga esse painel à rede de distribuição. Quando não estiver usando energia, a eletricidade gerada pelo painel vai direto para a rede, e desta forma você "vende" energia. Essa energia vira créditos que podem ser usados para abater a conta de luz.
O último balanço da Aneel, de Novembro, diz que 1.233 painéis solares foram instalados nesse formato desde 2013. É um avanço, mas ainda bastante tímido. Os Estados Unidos, por exemplo, têm mais de 400 mil instalações de mini e microgeradores. E eles nem têm tanto sol quanto o Nordeste brasileiro. Com as novas regras, será possível instalar painéis solares em outros terrenos, outra localidade além do telhado da sua casa. Antes, se o local de instalação não consumisse energia, você não poderia instalar o painel. Agora não. Um consumidor pode colocar os painéis em um terreno sem construção e compensar essa energia em sua casa ou escritório. Essa medida beneficia quem não tem um telhado – moradores de condomínios, por exemplo – ampliando e muito o mercado para energia solar. Outra mudança interessante é a ideia de compartilhar os créditos recebidos. Com a nova resolução, consumidores poderão se organizar em cooperativas ou consórcios, dividindo os custos da instalação do painel. A compensação por essa energia é abatida na forma como os consumidores escolherem – pode ser em partes iguais, ou alguns podem receber mais créditos do que outros.
Com as novas regras, o Brasil enfim tem um estrutura regulatória boa para a energia solar decolar. Agora falta apenas uma boa política de incentivo. A criação de programas de financiamento, públicos e privados pode facilitar a vida de quem quer instalar um painel solar e não tem o valor necessário.
Um sistema residencial simples deve exigir um investimento de R$ 15 mil. Dependendo do local, o consumidor recupera o investimento em cerca de 7 a 10 anos. Como painéis têm vida útil de 25 anos, são quase duas décadas lucrando com energia limpa. A tendência é que esses valores diminuam com o crescimento da busca em soluções ecosustentáveis. O gestor de um condomínio, assim como seus moradores, seguem em constante busca na redução de custo. Essa é uma ótima solução para que pensa na economia futura, valorização do condomínio e ajuda ao planeta.
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